Perante
a cor lívida do silêncio,
Sem
arte, sem labareda,
Fecundei
um verso, por inteiro,
Reflexo
de seus olhos de seda.
Colhi
uma flor, tísica, sem pétalas,
Sem
estames, ausência de esplendor,
Reguei-lhe
com meus lábios,
Seu
mundo mudou de cor.
Picotei
o rascunho de seu corpo
Plagiada
ficou a realidade,
Soletrámos
na luz e no desejo,
Penetrou-se
no poema - fecundidade.
Contemplada
a espuma do oceano,
Real
e surreal sua fantasia,
Gerou-se
uma nova semente (enlace)
Do
silêncio germinou tua poesia.
Marco
Mangas @ 9 de Dezembro de 2014