terça-feira, 9 de setembro de 2014

Filme em género




Nesta música visualizo um filme,
um ponto de exclamação
e um contraponto alimentado
pelo seu género épico-lírico.
O relato de uma simbólica insensatez
projectada num ecrã colossal,
mesmo à medida da néscia popular
acorrentada à leviandade e frustração.
Adormeço e observo um mar vil
sugar toda a tecnologia excedente,
acabar com a poluição de mentes,
com a peçonha capital,
com a manipulação teatrada
e retratada pela (suposta) crise
utópica e inexistente.
Grito e escrevo para o povo:
Basta! Basta! Basta!
Basta de cuspirem para o chão,
e para o espelho que vos reflecte.
A vida é uma curta-metragem,
confrontada pela desigualdade
ininterrupta e manipulada.
Neste filme,
os holofotes apontam única e exclusivamente
para os protagonistas de sempre,
sintonizados no canal das políticas podres,  
animalescas e descartáveis.
O cidadão é o mero figurante.
O artista é apenas um ponto
final.


Marco Mangas @ 9 de Junho de 2014

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