Uma pedra
(uma folha de pedra),
que navegava à matroca
na harmoniosa arfada marítima,
numa rota turva e incerta,
perante um mar revolto e gélido.
As palavras que nela se fundiram
foram erodidas e apagadas
pelo tempo,
pelas correntes súbitas do passado…
A jusante, encontrei vestígios
de uma pedra nua,
sangue de
uma pedra minha,
lágrimas de uma pedra tua!
Uma pedra
(uma folha de pedra),
que beijou a terra
deixando fragmentos de sal,
alma do vento e da tempestade,
do impressionismo e composição,
memórias e sua definição…
Outra palavra no horizonte.
A sotavento, um sopro trémulo.
Uma voz emotiva.
O mar clama pelo seu pedaço,
fragmento do seu corpo,
que embaraço…
Naufragou o seu verso,
Sua pedra mais que preciosa,
A peça que falta no seu poema
(in)completo.
Marco Mangas @ 05 Dezembro de 2014
Sem comentários:
Enviar um comentário