terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Um rio lá ao fundo




Avista-se um rio lá ao fundo,
uma morada desconhecida,
os olhos desvendam algo estranho,
transparente modo,
um gesto sorridente,
pontuação singular,
exclamação…

Afinal era uma lágrima,
outra e outra lágrima,
uma vala comum de frutos caídos,
sabor amargo a meus pés,
recriação deste mundo rico,
insano!

Sustento a respiração,
soletro o imperfeito, 
o vil, o horror,
o desejo de ser nada,
o desejo de ser um rio lá ao fundo.


Marco Mangas

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