terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Hoje



Hoje
deixo o sol invadir o meu ego,
deixo-o romper e corromper
entre as brechas do meu pensamento,
recordo a sombra que deixei para trás,
os rostos que beijei,
a terra pisada.
Há uma brisa de Sul,
um novo ventre nas margens da ria,
um pássaro branco que sorria
contrastando com o céu azul,
apregoando um novo dia,
uma nova sombra…
Sou o contraste do tempo,
o rosto do passado e do futuro,
o azul e o outro azul,
o outro eu que não encontro neste clarão.

Hoje e amanhã,
serei o espelho da voz serena,
a ternura do pássaro branco,
o seio vivo do poema,
não me encontro no tempo,
outro amanhecer,
outro amanhã…

Marco Mangas

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