quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Esperança


Falava contigo,
tinha-te como um mar de flores,
um barco de pedra no meu porto,
um som leve e ténue,
amores e desamores,
palavras doces no crepúsculo…

Queria-te no meu lugar,
suportando o aperto no coração,
os alicerces abandonados de uma ruína
lugar inocente,
espelho do teu rosto

…e sofro!
Sofro de exaustão,
fogo ardente, relampejante,
amarras de ilusão,
vozes de levante.

Outra maré,
outra vez o teu rosto,
o meu pedaço de esperança
traído pela vazante…

Amanhã, cá estarei ao sol posto
para reavivar a esperança.

Marco Mangas

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