Ó tu,
que te dignas escritor,
Poeta…
Tendes
somente palavras?
Onde
está o teu rosto cravado na pele,
Cicatrizado
pelo tempo
e pelo
crepúsculo…
Ó tu,
que te dignas escritor,
Poeta…
Quero
sustentar tua ferida,
Aquela
que já lá não está.
Seu
sangue venoso diluiu-se
na
longitude do seu percurso…
Ó tu,
que te dignas escritor,
Poeta…
Oferece-me
o retrato
transfigurado
daquele jardim,
Da
tortura daquela lembrança
perplexa
de sentimentos…
Ó tu,
que te dignas escritor,
Poeta…
Onde
sepultaste as cinzas
dos
versos quebrados,
Traduzidos
em silêncio,
Devastados…
Ó tu,
que te dignas escritor,
Poeta…
Livremente,
continuarás em busca
do que
não viveste e do que não soletraste
até ao
presente…
O teu
suicídio…
Marco
Mangas @ 27 de Julho de 2013
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