sexta-feira, 17 de abril de 2015

Visão



Visão turva de uma miragem,
ante um corpo de pedra e pó,
numa encruzilhada carnal,
faminta, imperfeita e involuntária.
Os dias são perpétuos,
silhueta de um cortejo repetitivo
que inebria as horas inconscientes
deste singelo percurso,
prova de minha herança,
meu retrato grisalho...
Pretendo plagiar a visão
do alimento de uma árvore,
abrigo de um fruto efémero,
submisso ao seu tempo e à sua quadra,
remetido ao seu silêncio
leviano, fátuo, mas feliz…


Marco Mangas @ 17 de Abril de 2015


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