…continuarei
a pisar
o chão e a cinza,
oscilando
a sombra dos corpos,
evocando
palavras vazias,
insaciáveis,
suspeitas e sobrepostas
entre
a névoa e o ruído côncavo,
movimento
súbito e amargo.
a sarar
as feridas do horizonte,
a
tactear as cicatrizes da terra,
estilhaçando
o olhar devastador
consumido
pelo suor e pelo cansaço,
ao
ritmo deste coração inerte
debruçado
sobre o abismo.
a rasgar
as páginas ímpares
reflectidas
na sua assimetria,
silenciando
o seu contorno
translúcido
e existencial,
enaltecendo
a palavra prenunciada
no
limiar da tempestade.
Marco
Mangas @ 27 de Abril de 2015
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