sexta-feira, 24 de abril de 2015

Madrugada





Era madrugada,
e lá estava de braços ancorados à terra,
reflexo  perdido de um espelho árido
submerso no fundo do mar pleno,
adormecido pelo silêncio da noite,
rasgando todos os versos envelhecidos,
fragilidade corpórea…
Passaram horas, marés,
(outra alvorada)
e lá estou, fulcro da memória,
flores de pânico submersas,
ossos triturados de uma página,
conchas quebradas, vazias…

…matéria saboreada pelos olhares do sul.


 Marco Mangas

Sem comentários:

Enviar um comentário