segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O tempo...




O tempo é o nada... Que invade e mata,
É somente a praga e nada de verdade…
Um sopro da alma… da vida ingrata…
(…) Deste fim sem data…
Sem dó nem piedade, virtual realidade…

O tempo não existe… Mas persiste…
Não é fruto do ser (…) insuficiente…
Mas com crueldade, ele insiste
Em manter o Homem triste…
Que respira do início ao fim, intensamente…


Marco Mangas @ 17 de Dezembro de 2012

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Melodia das palavras…



As teclas daquele pesado piano…
…Sorriam em todos os cantos…
Aquela mágica escada percutida
Pelos pequenos e frágeis dedos…

Lá longe, na terra dos sonhos,
Em cada canto, paira uma melodia …
A espada é o arco do violoncelo,
Brincadeiras escondidas de criança…

O som do silêncio respira-se,
Nesta nossa atmosfera perigosa…
Vivemos, numa pequena linha,
Do ruído, deste mundo sem fim…


Marco Mangas @ 02 de Novembro de 2012

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Adeus silêncio




Por entre as letras do teu sorriso
Encontro a paz da minha alma,
O silêncio já não é companhia,
É agora, e, apenas um velho amigo
Que me escutou sem renúncia,
Ouvindo cada passo que dei, sem contestar…
Que sentiu a minha dor,
Toda a minha vontade de partir…
…Mas agora vou sair!
Vou para um sítio onde não podes ir…
Vou para onde não podes alcançar e tocar,
Lá, cada palavra que terei não será para ti,
Mas sim:
Para quem me conheceu,
Para quem me viu sofrer,
Para quem me abraçou,
Para quem comigo partilhou,
Para quem sentir o meu pesar,
Para quem me procurou para falar…
…O silêncio fica neste lugar…
…Num manifesto de alegria e espontaneidade,
Numa simples explosão de cor,
Encontrei uma simples palavra
Que me fez perder o silêncio,
Que me fez renascer das cinzas…
Agora, esboçando um silêncio estridente,
Simplesmente quero dizer:
Adeus silêncio…
  

Marco Mangas @ 04 de Outubro de 2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A vida é água…



…Murmúrio de água que cai de gota em gota,
…Lentas gotas de som - no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante, incessante…
Leve sombra azulada que escurece a cada dia que passa…
Assim se escoa o tempo e a paciência, assim se vive e morre...
A vida é apenas um som da água, uma sombra que passa…
Neste momento sou nada, um ponto silencioso…
…Partirei um dia…


Marco Mangas @ 19 de Julho de 2012

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Saudade de ser...










Recordo-me de ti, escrevo palavras sem cor,


O teu nome escrevo, letra a letra é revelado


Nas folhas do meu caderno abandonado,


Esperada e inesperada poesia de amor.





Palavras que me transportam por instantes,


Onde o silêncio da noite é mais forte,


Lágrimas tristes, insólitas e marcantes


Transportam a dor, esquivam-se da morte.





Invadido por um sonho que me impede dormir,


Saudade de ser, saudade imensa de amar,


Esgotam-se as forças, quero fugir, quero partir


Para o transcendente, até ao mar…








Marco Mangas @ 28 de Junho de 2012

segunda-feira, 25 de junho de 2012

(Só)mente criação…




Por entre o silêncio agudo, eis que surge o vento,
Invadindo aquela janela, assombrando aquela casa de madeira,
Aquela ruína abandonada, destroçada… Que tormento!

Sinos tocam, há gritos que se propagam no horizonte,
Enquanto fortes rajadas ateavam cinzas da velha lareira,
Ecos, zumbidos brotavam da tísica fonte,

Um ambiente efémero e assustador se depara…
Acordámos, não sabemos quem somos,
Onde estou, onde estás, onde estamos?
Onde vou, onde vais, onde vamos…

Somos realidade, capricho, fantasia…
Criação nua e crua de uma imaginação,
Pintura de uma singela e obsoleta tela,
Obra de arte, ilustre ficção…

 

Marco Mangas @ 21 de Março de 2011

sábado, 16 de junho de 2012

Morre lentamente...


Morre lentamente…
…quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não arrisca vestir uma cor nova e não fala com quem não conhece.
Morre lentamente…
…quem evita uma paixão, quem prefere o escuro ao invés do claro e os “pontos nos is” a um redemoinho de emoções.
Morre lentamente…
…quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho.
Morre lentamente…
…aquele que não ouve, pelo menos uma vez na vida, conselhos sensatos.
Morre lentamente…
…quem não viaja, não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente…
…quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente…
…quem destrói o seu próprio amor, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente…
…quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, aquele que nunca pergunta sobre um assunto que desconhece e nem responde quando lhe perguntam sobre algo que sabe.

Marco Mangas @ 16 de Junho de 2012

Alma cega



Hoje, um ser pálido e pavoroso acena,
Coração dormente, mais um dia…
Fatigado na assustadora sombra plena,
Que situação dolorosa, dura, negra e fria…

Fui levado por um falso pensamento?
Por esperança enganadora e cega…
Enorme queda, tropecei neste momento,
Falece a cada dia que passa, minha alma cega!


Marco Mangas @ 16 de Junho de 2012

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O pesadelo...




Como céus cobertos de negro,
Nascem agora momentos apesar da ausência de cor…
Mas que força enorme!
São correntes que me arrastam para lá e para cá...
Morro nos braços da minha alma, sustentada pelas palavras...
Este sentimento que me desfaz incertezas.
Elevo-me a mundos! Mundos de paz e alegria!
Onde os céus desfazem as nuvens
E os pássaros expelem o seu lindo cantar...
Por entre as árvores move-se a luz, em movimentos simples,
Movimentos puros, cintilantes e mágicos...
Luz essa que desliza até ao meu cerco,
Onde as cores começam a correr e pintam este céu de tons
Nunca imaginados, nunca vistos, nunca tocados…
Sinto que se aproxima o mundo em sons de minuciosa doçura
Que se propagarão na minha cabeça como melodias…
Sinto a minha cura, o resultado da busca dos meus dias…
Tudo agora repousa…
O pesadelo converteu-se em sonho…


Marco Mangas @ 15 de Junho de 2012


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Utópico sonho




Caminhava eu num bosque denso, soturno, brumoso onde a terra era escura, repleta de sombras trazidas pela lua febril e retumbante…
Os teus passos deambulavam velozmente pelo solo…
Eu observava-te, sentia-te, o meu coração tentava acompanhar o teu…
Vieste até mim… Deste-me a mão…e…
…Foi como se eu tivesse entrado num utópico sonho, onde tudo se ilustra na perfeição.
Um instante foi o suficiente para o meu olhar ganhar um brilho especial… não o brilho das lágrimas, mas sim o brilho da felicidade em ver-te feliz.
Foi como uma inesperada aparição onde um anjo (assim te posso chamar) conseguiu abrir as portas do meu coração e, nele entrar!
Este sentimento surgiu do nada e, inesperadamente, tocou na minha alma…algo único, inesquecível…
Embora tudo não tenha passado de um sonho, adoro-te por tudo aquilo que és, e que me fazes ser…
É um sonho que se tornará realidade…

Marco Mangas @ 31 de Março de 2010

Numa noite...

Desço as escadas numa noite…
Nesta noite monótona ouço as janelas a fechar,
Nesta noite não há luz,
Não há pessoas,
Não há vida...
Consigo ouvir vozes nesta noite…
Noite sem alma…
O cenário mudou nesta noite só minha...
…Sentado espero, observando o céu, contando as estrelas...
Surge uma luz por trás de uma cruz, ouço alguém a chorar...
Uma pequena estrela dirige-se, desato a correr...
Caí no asfalto e, no meio do nada, encontrei uma rosa triste e isolada, os espinhos brotaram-se em mim…
Do interior libertou-se-me um grito alheio, assustei aquela luz que insistia em perseguir-me...

 

Marco Mangas @ 22 de Abril de 2009

Em silêncio



Caminho em silêncio,
Em silêncio observo a sua cor,
Reflito no infindável silêncio,
Proclamo Silêncio de cor…
Ilusório silêncio,
Ausência de luz,
Silêncio, silêncio, silêncio…
Que suporto a minha cruz!

No pranto silêncio
Se escurece o azul do mar,
O brilho do silêncio desvanece,
Caminharei em silêncio noutro lugar…

Marco Mangas @ 6 de Junho de 2012