Inseparável de ti,
brisa do mar, areal a Sul.
Apenas a tela me separa
do laivo suscitado pelas marés.
Os socalcos que se afogam na sua fragância,
silêncio que se rasga neste eco de sentidos.
Os canaviais que se alimentam da cacimba
despertada pelo marasmo do anoitecer.
As pedras lisas, inertes,
são corpos albergados e levianos,
mergulhados no silêncio cristalino,
balançados na repetição súbita
das ondas e da lembrança.
A jusante, as conchas renascem,
evidenciando-se dos restantes minerais,
um relevo pintado de sal e esperança,
salpicos da voz,
outra forma de expressão poética.
É esta a realidade que encontro
no baú dos segredos oníricos,
encoberta por este manto de algodão,
borbotos salsuginosos onde mergulho.
Sou inseparável de ti…
Marco Mangas @ 31 de Agosto de 2016
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