Perco-me entre as brumas do
nevoeiro,
visão turva, descalça, sem
fulgor…
Quero abraçar as clareiras
da terra,
desvendar os fragmentos de
mim,
colher as palavras ambíguas
do passado
incessante…
Procuro o paladar e a voz,
o sustento de minha existência
consumida pelo nada,
uma folha branca, sem
mácula,
sem narrativa, um conto
vazio,
um verso disperso de si
mesmo,
nada se avista ao alcance do
poeta.
Hoje sou a névoa e nada mais.
Marco Mangas @ 20 de
Setembro de 2016
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