sábado, 31 de agosto de 2013

Realidade que te envolve


Rios secos,
Assobios,
Silêncio,
Utopia…
Reviravolta,
Almas sombrias,
Dias fúteis,
Ausência de tempo…

Realidade que te envolve


Folhas caídas,
Índole perspectiva,
Nada…
Guerra,
Indiferença…
Demência,
Outra página evaporada,
Rara inexistência,
Armas de arremesso…

Realidade que te envolve

Poesia abandonada,
Outros tantos versos,
Ética desprezada,
Triste página,
Ilustração de grafite…
Complexidade do
Autor…



Marco Mangas @ 31 de Agosto de 2013

domingo, 18 de agosto de 2013

Ar(dor)



No meio de tantas, uma página invisível,
Uma hipérbole de espinhos no seu inverso,
Um (ar)dor, um prefixo de dor indescritível,
Naquele gesto atordoado de um incógnito verso.

Entre gemidos e ruídos sem compasso…
A descrição da dor é transparente,
(Embora presente) a rima em seu repasso,
(Ar)dor que não se vê, mas que se sente.

Seguindo em frente, desfolhando o caderno,
Entre soluços hesitantes, o receoso pleonasmo,
Agudos espinhos que perfuraram o esterno,
(Ar)dor que te vingas do poeta, com sarcasmo…



Marco Mangas @ 18 de Agosto de 2013

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

(De)golada prosa


(De)golada está a prosa,
O sonho, a esperança,
Restam as pétalas de uma rosa
E o murmúrio de uma criança.

O instrumental é a sua fonética,
O verso o seu conflito,
Uma garrafa é apenas estética,
Seu sabor, verdadeiro mito.

No silêncio, o romance é a ficção,
A literatura tornou-se poética,
O poema assume a sua função,
Uma quadra, outra degustação ecléctica.

(De)golada está a prosa,
Ingerida a sua lembrança,
Complemento de uma glosa,
Esta esquírola é a sua herança.



Marco Mangas @ 14 de Agosto de 2013

sábado, 10 de agosto de 2013

Palavras...

Para além das palavras cruéis
pertencentes a este ambívio lugar,
Encontras presente:
O esboço intemporal do que pisas,
das sombras nebulosas, aromáticas.
As palavras perpétuas, tácteis,
São como vultos esquartejados no ar…
Meu corpo declinado e assente,
Minhas mãos ocupadas, lisas,
que concebem esculturas monocromáticas.
A aridez é caracterizada nos papéis
repletos de palavras que desaguam neste mar,
neste pensamento incandescente…
A cortesia dos versos: são as cinzas
das palavras castradas, enigmáticas,
Das palavras insanas, versáteis…
Nesta efémera simbiose de escasso paladar,
É um relato de um rosto que não desmente.
Da palavra néscia à mais precisa,
Que formam o poema assim(táctico)…


Marco Mangas @ 8 de Agosto de 2013