Sobrevoo no sonho,
ao invés da sombra e da terra
fria,
os olhos são fúria,
requinte deste corpo febril,
de mãos dadas com o horizonte
transporto o contraste nas
pupilas,
quero inverter as cores,
saborear os prazeres
desalinhados,
distorcer os filamentos do silêncio,
alcançar a leviandade dos céus…
Perco as asas,
continuo a sobrevoar
na teimosia e na verticalidade
do suspiro,
manuseando o esplendor dos
corpos,
liberdade de pedra,
labirintos sangrentos que
fustigam a carne
e antecipam a dor,
é ingreme a vertigem,
quero não ser,
quero continuar a alimentar o
sonho.
Marco Mangas