Há vertigem na matéria,
um fruto que beija a terra
e nada o fazia prever…
Há grutas virgens onde me
apago
no balanço e no sono das
palavras.
Ninguém entende o sabor
derramado no silêncio,
ninguém entende o silêncio,
o siêncio
nem os rios, nem as folhas,
nem o pólen dos girassóis.
Quero acordar e ver-te ao
meu alcance
sustentar-me do paladar dos
campos,
da migração das aves,
murmúrios do vento que
nascem a Sul...
O tempo amadureceu a terra,
fez cair o fruto,
pura magia,
amor próprio,
silêncio da matéria.
Marco Mangas
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