…dialogava eu (sozinho)
diante aqueles rios de pedra,
que penetravam na terra seca,
rasgando a sua sede asfixiante,
sem leme e sem rumo,
à hora da cegueira da sombra,
enquanto reparava o casco do
velho bote,
com versos súbitos,
cânticos que ainda lá perduram,
intimidade nas lágrimas
que ainda me rasuram o rosto…
Serei eu a pedra?
A sombra?
Farei parte da terra?
Onde está o leme?
O bote?
Os rios?!?
Nada aprisiona o poema…
Marco Mangas