quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Da sepultura, à flor da terra



Da sepultura, à flor da terra,
um mundo surreal de sementes
interpoladas a um retrato lírico.
Numa cartada, o ás de copas
é a voz que expressa
o movimento de revolta
e reviravolta...
A meio da partida,
encontro uma página cheia de vazio.
Vazio repleto de lembranças,
loucura, sorrisos, magnólia…
A essência de um mero gesto,
de um simples lançar de cartas,
de  um simples olhar
ou (des)olhar no horizonte,
cheio de nada,
cheio de tudo
(in)existente...
Apenas o vazio da realidade,
menos uma carta para jogar,
mais uma alma apagada,
uma vela acesa,
o verdadeiro retrato
da sepultura, à flor da terra.


Marco Mangas @ 27 de Agosto de 2014

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Fragmentos do solo infértil


Fragmentos do solo infértil,
sorrisos forçados
e debruçados sobre a calçada,
a sua inércia é a única prova
de sede e fome...
...luto e (des)luto
na infinidade subsistente,
p'la liberdade roubada,
usada como armas de arremesso.
Quero ter sede
quero a fome,
a luta,
o direito à dignidade...

                   ...Foda-se.

Fragmentos do solo infértil,
das palavras que invadem as brechas,
por entre as rochas,
durante a sua diástole,
O sufoco traduz a dimensão
da revolta,
que (re)volta
a assombrar os dias,
os corpos,
os corações...
Soltam-se as amarras (da política),
da merda do dinheiro.
Vivemos na fertilidade...


Marco Mangas @ 22 de Agosto de 2014