sexta-feira, 13 de junho de 2014

Pêndulo



Um pêndulo de sentidos,
amarrado a uma corrente de palavras
e a um maço de notas poéticas.
Tercetos e actos em papéis ardidos,
velas queimadas - metamorfose...
E novamente, tudo convertido em cera
do tempo passado,
da realidade presente,
do pretérito-perfeito recalcado.

- O negro de uma pedra preciosa
encontrada naquela noite,
O branco vestido da donzela
que beijaste e soletraste,
Um misto de frio e calor,
secura e suor,
Lágrimas de alegria e tristeza,
O seu doce sabor,
O ardente gesto de prazer
do gelo derretido em sua pele
leve e sedosa, sedenta de carinho.

Um pêndulo, nada mais...
O vai-e-vem de uma lembrança,
de um adulto-criança,
suas memórias...
Tempos que vão e voltam,
ou que apenas lá ficaram,
ou que simplesmente voltaram para ficar,
Resumindo-se ao vazio do corpo
e ao seu gesto uni constante...

- tic, tac, tic, tac, tic, tac...



Marco Mangas @ 13 de Junho de 2014

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