terça-feira, 20 de setembro de 2016

Nevoeiro



Perco-me entre as brumas do nevoeiro,
visão turva, descalça, sem fulgor…
Quero abraçar as clareiras da terra,
desvendar os fragmentos de mim,
colher as palavras ambíguas do passado
incessante…
Procuro o paladar e a voz,
 o sustento de minha existência
consumida pelo nada,
uma folha branca, sem mácula,
sem narrativa, um conto vazio,
um verso disperso de si mesmo,
nada se avista ao alcance do poeta.
Hoje sou a névoa e nada mais.

Marco Mangas @ 20 de Setembro de 2016