quinta-feira, 12 de março de 2015

Seiva da terra



Sou a seiva da terra molhada,
fruto da sementeira do passado,
gemido de minha própria sombra.

Quero ser a chama,
partículas de fogo e de cinza,
essência natural do destino,
o contraste da existência,
síntese das coisas
que se movem e se transformam.

Dentro deste casulo,
a mutação é recíproca,
o sal, o sol, o sangue…
                 - o corpo.
A palavra é o retrato
e o deslumbramento da matéria
que se gerou do chão pisado
pela voz e pelo processo
nesta terra feita de carne.



Marco Mangas @ 12 de Março de 2015

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