segunda-feira, 21 de julho de 2014

Álbum de retratos



Exumação do álbum de retratos,
Um silêncio de gula ancorado
ao negro do mar profundo
e à raiva de seus desejos
outrora naufragados.
Sua nudez é a única cortina
que separa o acto da razão,
o presente do passado...
O copo que transportara,
flutua agora - meio vazio,
 - meio cheio.
Derramados os argumentos,
sucumbidos e rasgados,
restam os cabelos estrinçados
e amarrados à bóia da utopia,
a estibordo de seus restos
navegados à matroca...
    - Turbilhões do álbum de retratos.



Marco Mangas @ 21 de Junho de 2014

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Palavras



São pérolas negras de minha coroa,
Urnas de esporádicos sonetos,
(En)cantos que no silêncio entoa,
Raízes, embriões, fetos…

Estímulos lançados à toa,
Versos despidos, revoltados, indiscretos,
Profundos como um barco sem proa
E seus transladados esqueletos.

Esculpida em pedra sua biografia,
No papel, sua voz, suas memórias,
Risadas poéticas na sua ortografia.

O poema é o epílogo das histórias,
O pó é a sua presente morfologia,
Passado, futuro, outras trajectórias.



Marco Mangas @ 04 de Julho de 2014