sexta-feira, 31 de maio de 2013

Uma rocha



Velha estátua de alicerces sombrios,
Sem vida, inócua de valores?
Desconhecida aos olhares do mundo,
Incompleta de palavras…
Nem uma sílaba na sua tonalidade,
Nenhum piscar de olhos,
Sorrisos, choros, vozes...?
Nada testemunhará…
Simplesmente uma rocha!

Marco Mangas @ 28 de Maio de 2013

terça-feira, 28 de maio de 2013

A indefinida definição


Escrever escrevendo
A indefinida definição,
Ser livre: é não ser eu,
sendo…
A palavra desconhecida,
O poema censurado,
A revolta liberal,
A indignação…
Aquele livro decretado!
Mais uma mote indefinida,
O neofascismo que me desapraz,
Que mascara a literatura,
Os verdadeiros…
Que borram os quadros pintados,
Logrados…
Foda-se!
Que se foda a definição.
Na palavra está a voz,
Na tela, a imaculada arte,
No rascunho a prespectiva de algo
definido, quiçá…
Manchado de sangue, certamente,
Suor, lágrimas também…
Antecipando o indefinido,
A indefinida definição desta realidade,
Deste futuro que se avizinha…



Marco Mangas @ 28 de Maio de 2013

quarta-feira, 22 de maio de 2013

São...




São riscos, são rabiscos,
São pedras atiradas à lava,
Madrugadas ébrias e frias,
Espetadas de basso…

São jazigos, sepulturas…
São gritos, vozes, sussurros!
Entre árvores arrombadas
Florescem punhais, pedras…

São orgias, violações,
São cancros, são pecados,
Chovem folhas, retratos ardidos,
Lágrimas pontiagudas…

São esboços de quem já foi,
São ossos de quem sorriu,
Do resto que ficou…
O copo permanece cheio!


Marco Mangas @ 22 de Maio de 2013